domingo, 9 de fevereiro de 2014

Aprendendo a existir


Estou aprendendo a caber na existência. 
Não sei se a materialidade já me toma. A saudade sim. 
Aquilo que corroem as entranhas e funde a razão.
Perdi a hora e o metrô do tempo já partiu.
 Continuo preso  as estações. 
Não sei se volto aos albergues que fui obrigado a limpar. 
A obrigação do coração. O que me remota é aquilo que eu deixei lá. 
Tambem aquilo que deixei inacabado também em mim...
Paro nas estações onde as direções se cruzam se confluem... 
Continuar parado a espera de um trem bala que me leve  ao destino do sonho, 
é minha maior tentação. 
Preciso caber na existência.
Aquilo que minha alma oferece não é real... Não aqui... Não nessa existência.. 
Aqui não pode existir saudade, nem amor nem abraço... 
Existir é não sentir, existir é seguir tomar o trem das multidões.
Mais o que eu faço  coma bagagem  do mundo que eu venho? 
Procuro e encontro velhos armários nas estações...
São tralhas velhas que não consigo me desvencilhar.. Quem não as  tem?
Vou seguindo e aprendendo a caber na existência...

Arino Marques 

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