Estou aprendendo a caber na existência.
Não sei se a materialidade
já me toma. A saudade sim.
Aquilo que corroem as entranhas e funde a razão.
Perdi a hora e o metrô do tempo já partiu.
Continuo preso as estações.
Não sei se volto aos albergues
que fui obrigado a limpar.
A obrigação do coração. O que me remota é aquilo que
eu deixei lá.
Tambem aquilo que deixei inacabado também em mim...
Paro nas estações onde as direções se cruzam se confluem...
Continuar parado a espera de um trem bala que me leve ao destino do sonho,
é minha maior tentação.
Preciso caber na existência.
Aquilo que minha alma oferece não é real... Não aqui... Não nessa
existência..
Aqui não pode existir saudade, nem amor nem abraço...
Existir é
não sentir, existir é seguir tomar o trem das multidões.
Mais o que eu faço coma
bagagem do mundo que eu venho?
Procuro e
encontro velhos armários nas estações...
São tralhas velhas que não consigo me desvencilhar.. Quem não
as tem?
Vou seguindo e aprendendo a caber na existência...
Arino Marques